domingo, 1 de julho de 2007

Paixão Negra



Pretendo escrever sem parar
Antes que algo possa acontecer
As minhas mãos encontram-se cansadas
Mas a caneta parece fugir

Quando ecrevo, as ideias passam para a caneta
As mágoas afogam-se no azul das letras
E as lágrimas ficam presas no papel seco

Escrevo, pois uma tempestade asola a minha mente
Como furacão asola uma ilha tropical
A areia é levada pelas vagas
E as palmeiras agitadas violentamente

Encontro-me violento,
Clausurado na teia complicada do meu ser
Como um insecto inofensivamente
preso nas teias de uma aranha

Estou preso,
Mas tenho fome e sede de vingança
Tenho esperado pelo grito de esperança
Um dia serei um mito,
Uma lenda
Taparei os olhos ao mundo
Com uma venda

Aí talvez possam os grandes pensar
Que as tempestades continuarão a desvastar
O mundo que a violência comanda
E a liberdade condena...

Deserto Negro
(2007)

3 comentários:

veritas disse...

"Escrevo, pois uma tempestade asola a minha mente"

Como te compreendo...gostei de estar aqui. Gostei destes momentos.

Votos de uma óptima semana.

Ka_Ka disse...

Modula o rouxinol violino alado
as notas musicais da serenata
trovas de oiro e de rosas carmim
na alvura doce do luar coalhado…
Cantam em coro cigarras à desgarrada...
Fura o ralo o fino ar...negro cetim...
na estridência fina de um flautim
pelo trombone do sapo acompanhada...
Das profundezas místicas da mata
cai de uma fonte um harpejar sem fim…
Murmura ao longe a negra ramaria…
Das pedrinhas do rio são arrancadas
notas líquidas verde desmaiadas…
Soa em surdina, o vento em correria…

The Rider disse...

pois é amigo, cheguei aqui, pronto para publicar uns post, especiais, que não sejam apenas para cair no esquecimento no extenso mundo da net...
e senti-me elogiado, quando alguém que escreve da maneira que tu o fazes diz que a minha escrita tem algo de poético...
isso deixo para ti :)
um grande abraço, continua a escrever assim...